Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas
SCEP

130 anos do jornalista e poeta cabedelense Aderbal Piragibe

Caso estivesse vivo, o poeta e jornalista cabedelense Aderbal Piragibe estaria completando 130 anos no próximo mês de maio. Aderbal Piragibe nas cu em Cabedelo no dia 06 de mio de 1895 e faleceu em 30 de outubro de 1940, aos 45 anos de idade.

Cursou o primário no histórico Grupo Escolar Pedro Américo e em seguida cursou o atual ensino fundamental e médio no Lyceu Paribano. Ainda estudante, despertou o gosto pela leitura dos jornais, transformando-se em um panfletário criativo e ousado.

Aderbal Piragibe teve inúmeras participações em diversas campanhas cívicas e polêmicas do meio jornalístico. Boêmio assumido, era comum encontrá-lo nas badaladas casas noturnas da Capital com a alta sociedade da época, era assim que adquiria as informações que todo bom jornalista necessita.

Teve importantes participações em vários jornais e revistas da Paraíba, das suas produções poéticas divulgadas e conhecidas, como o poema “Hospitalidade” que se encontra no livro “Cancioneiros do Norte”, de autoria do poeta e jurista José Rodrigues de Carvalho, 2.a edição, Paraíba – 1928.

Hospitalidade

Dona Esperança, toda de verde,
Bateu um dia no meu solar.
Abri-lhe a porta,
Fiz cortesias,
Dona Esperança não quis entrar…
Dona tristeza chegou depois:
Trajava luto;
Que olhar sombrio!
Abri-lhe a porta, chovia muito,
Soprava o vento, fazia frio.
Entrou chorando.
Pediu-me abrigo,
E ainda hoje mora comigo…

Aderbal Pyragibe e a Revolução de 1930

Jornalista, poeta e ativista político, Aderbal Pyragibe marcou época na primeira metade do Século XX, em João Pessoa.

Numa época em que a palavra detinha grande poder e influência, ele a usou com muito efeito em suas duas expressões mais fortes: a oratória e a escrita.

Sua paixão pelas ideias que defendia o levou aos palanques, às ruas, aos jornais e ao coração do povo. Escreveu em A União, Correio da Manhã, O Liberal e O Norte. O ilustre cabedelense foi decidido ativista em favor das ideias da Aliança Liberal, apesar de ter sido amigo do advogado João Dantas, responsável pelo assassinato do então presidente da Paraíba, João Pessoa Cavalcante de Albuquerque, exatamente o estopim da Revolução Liberal de 1930.

Vitorioso o levante, se incorporou entre seus principais defensores, na Paraíba. “Hontem, fomos um vulcão chamejante, com a cratera escancarada à tyramnia. Hoje, somos um oásis tranquilo, onde o trabalho productivo e honesto exalça e dignifica um povo talhado ao benéfico amanho da terra”, escreveu ele na capa de A União, de 20 de julho de 1935, em favor de teses do então interventor Argemiro de Figueiredo.

Em 1938, publicou o livro “Paraíba Anedótica”, humorizando pessoas e fatos de sua época. Faleceu em julho de 1940. Em 1941 foi intensificado, com a participação da Associação Paraibana de Imprensa, movimento para que seu nome fosse homenageado na urbe pessoense, o que terminou acontecendo por meio de uma via que leva seu nome, no bairro de Jaguaribe.

Em Cabedelo, a única homenagem está no nome de uma rua localizada no Centro da cidade, onde até a década de 1990 abrigava a prefeitura municipal, algumas secretárias da prefeitura e um forte comércio, atualmente, só restando alguns comércios modestos.

Ainda foi subprefeito, em 1937, e é nome de uma biblioteca em Cabedelo, criada em 15 de junho de 1974.

Morte de Aderbal Pyragibe

No dia 30 de julho de 1940, o jornal A União trazia como matéria de capa, uma tímida nota anunciando a mote do jornalista e poeta cabedelense Aderbal Pyragibe. No mesmo jornal, trazia como matéria principal a saída do interventor federal do Estado Argemiro de Figueiredo e assumindo interinamente Antônio Guedes. (foto).

Fontes:

Sérgio Botelho;
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos;
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Imagens: Google Maps e Google