Há mais de 500 anos, os povos originários do Brasil vêm sendo discriminados e ignorada a sua cultura de origem. Por conta disso, muitas etnias foram dizimadas e muitas outras aculturadas, seja através do aceleramento, seja através da religião, seja pela imposição de nossa cultura tida como civilizada e urbana.
No entanto, bem sabemos que isto se deve ao processo de colonização para a criação de novos municípios ou apenas à especulação imobiliária manipulada pelos governos federal, estaduais e municipais com a conivência dos poderes executivo, legislativo e jurídico, principalmente das regiões do Norte, Nordeste e sudeste, onde nesta última, muitas etnias simplesmente deixaram de existir.
Apesar da existência da Funai e do Cimi, criadas com o propósito de garantir a preservação da existência dos povos das selvas e de suas culturas milenares, na realidade o que testemunhamos é o acirrado processo de aculturação dos povos das selvas com muito mais intensidade. Por conta disso, o que vimos principalmente nas cidades da região Norte, são muitos índios que vivem marginalizados em áreas urbanas nas capitais amazônicas, adquirindo doenças epidêmicas, sexualmente transmissíveis e vícios em álcool e drogas, absorvendo nossos hábitos e costumes alheios às suas culturas milenares originais. Além disso, na Região Norte, onde se concentram grande parte dos povos indígenas brasileiros, podemos observar a degradação desses povos, seja pelos vícios do álcool, drogas ou prostituição feminina e masculina como forma de sobrevivência. Como se não bastasse, além da imposição de nossa cultura, suas terras têm sido motivo de disputas por madeireiros, garimpeiros e contrabandistas da fauna e flora da floresta amazônica.
A primeira vez que mantive contato com os índios foi quando eu viajei da Paraíba para Rondônia, com o propósito de elaborar e defender minha tese do meu curso de Mestrado em Sociologia Rural. Foi nessa época, há quase 30 anos, que me deparei com a realidade dos índios amazônicos brasileiros, onde morei por quase dois anos com os índios Suruí.
Hoje, o que tenho observado in loco é o processo de aculturação indígena do nosso país que tem crescido muito e o que tenho testemunhado, infelizmente, são muitas comunidades indígenas sendo marginalizadas e sofrendo as consequências da invasão de suas terras.
Fundada em 20 de abril de 2010, a Sociedade Cabedelense de Escritores e Poetas é uma entidade de caráter cultural, sem fins lucrativos, com sede na cidade de Cabedelo.
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